O primeiro Matemático
Quando estudamos a história e o desenvolvimento da matemática desde o tempo que as civilizações começaram escrever cuneiformes em peças de pedra e argila, e fazendo contagem marcando ossos, e criando sistemas pictográficos que representavam quantidades.
Pensamos que obviamente eles que desenvolveram sem querer os axiomas que são hoje postulados como a base da aritmética e outros sistemas mais complexos.
Como em (Ossendrijver, 2016), vemos textos babilônicos escritos pelos chamados sábios da época, descrevendo o movimento celeste de Júpiter usando um gráfico demonstrando o tempo e velocidade do planeta.
Nos primórdios da sociedade, em Uruk, uma antiga cidade Suméria, já vemos desenvolvimentos relacionados ao movimento da lua, e isso com certeza mostra que o nível deles no assunto já era elevado, e a pesquisa era considerada algo importante.
Vemos algo assim na Babilônia de Nabucodonozor II, em que é descrito nos registros históricos de Daniel, a importância dos sábios do reino para aconselhar o rei nos em todo o tipo de indagação.
Isso era algo comum na época, no capítulo 1 do livro de Daniel, vemos como os jovens sábios de Judá foram tomados para servir o Rei da babilônia e fazer parte da sua corte acadêmica, neste império que foi lendário em sua extensão e conhecimento por eras.
O texto bíblico descreve 3 destes jovens na corte real:
“Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria. Mas a Daniel deu inteligência para interpretar todo tipo de visões e sonhos.” Daniel 1: 17
Eles estudaram na Babilônia por 3 anos, e com certeza aprenderam sobre vários temas, incluindo geometria, aritmética, números irracionais e conceitos de Pitágoras que já circulavam naquela região e eram bem famosos na Babilônia. [3]
Voltando ao texto bíblico acima, ele diz que Deus deu conhecimento a Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdnego (todos hebreus) mais que todos os sábios da Babilônia.
Isso mostra o caráter de Deus relacionado adar conhecimento a todos, mas segundo a sua vontade, de fazer alguns se elevarem para seus fins e propósitos.
O objetivo até aqui, é dar a entender para o leitor, que na visão cristã de mundo, Deus é aquele que têm todo o conhecimento da natureza e as coisas que a regem, e dá conhecimento a humanidade segundo o beneplácito da sua vontade.
A linguagem que descreve a natureza da criação
Eu vim com a ideia do tema deste post depois de ler o artigo de Wigner: “The unreasonable effectiveness of mathematics in the natural sciences”, que descreve como as previsões feitas através do uso da linguagem matemática, descreveram de vários modos a natureza, com conceitos como a gravidade newtoniana e o movimento de corpos celestes com grande precisão e acuracidade.
Ao redor desse paper de Wigner, há uma certa discussão do porquê a matemática é tão efetiva em descrever as leis do universo, das coisas pequenas até as mais grandes.
Há também um contraponto, que em temas como campos gravitacionais (Quantum Field Theory), e na previsão de sistemas quânticos em geral, não temos ainda modelos que têm a mesma acuracidade que a física clássica tinha em descrever outros sistemas.
Pesquisando sobre o tema, eu vi a opinião de um físico famoso: Edward Witten no Closer to Truth, em uma parte ele fala como “parece que o universo foi criado por um matemático”.
Tendo uma cosmovisão cristã em mente, o que isso diz para nós? Obviamente nessa discussão acima, tanto o entrevistador como Witten não cristãos, mas como deveríamos pensar sobre isso?
No princípio, o texto bíblico começa:
“Então Deus disse: Haja luz! E houve luz. E Deus viu que a luz era boa e fez separação entre a luz e as trevas. Deus chamou à luz “dia” e chamou às trevas “noite”. Houve tarde e manhã, o primeiro dia.” Gênesis 1:3–5.
Toda a criação que descrevemos usando equações, sejam elas precisas ou não, são a forma que temos de explicar e descrever os sistemas que vemos com nossos olhos e tocamos com as nossas mãos.
Seja se ela é efetiva ou não em descrever quase tudo (como pode ser visto no contraponto em (Schwartz, 1966)), não sabemos ao certo, mas a matemática é a melhor linguagem que temos para entendermos as coisas criadas.
Quando Deus criou os Céus e a terra, e no quarto dia criou o sol a lua e todos os astros que compõem a majestade celestial, temos que ter em vista que as leis que regem esses sistemas hoje, são as que Deus postulou no começo do Universo.
O mesmo Universo não é um aquário que funciona sozinho, em que seu Criador não precisa manter ele limpo e seguro a todo o instante. Mas, o texto de hebreus diz falando sobre Cristo:
O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (…) Hebreus 1:3
Esse “sustentando” todas as coisas, mostra a constante mão divina sobre tudo que existe. E em Salmos 9:8 é dito:
“Ele mesmo julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão.”
E ainda outro texto:
“Onde você estava, quando eu lancei os fundamentos da terra? Responda, se você tem entendimento.
Quem determinou as medidas da terra, se é que você o sabe? Ou quem estendeu sobre ela uma linha de medir?Sobre o que estão firmadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular,
quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus gritavam de alegria?” Jó 38:4–7
Os versículos acima, fazem parte do começo da resposta a Jó, em que Deus mostra o quanto Jó e toda a humanidade não têm o direito de argumentar com ele a natureza das razões pelas quais ele rege a criação.
Que no caso era para o bem de Jó no final, todo o seu sofrimento foi recompensado no fim.
Mas veja o verso 7, quem entende os fundamentos e estruturas que formaram a terra, o jeito que ela foi desenhada e esculpida pelo Divino.
Esse texto mostra como as coisas que sabemos agora, que foram descobertas e desenvolvidas pela ciência ao longo das eras, são um conjunto de leis e axiomas que já existiam e estavam lá prontas para serem retiradas como pepitas de ouro na mina da criação.
Aqueles que estudam a matemática, na verdade, só descrevem as leis postuladas pelo Grande Arquiteto, que escreveu as leis e as rege com justiça e retidão.
Isso pode ser aplicado para todas as áreas da ciência, para a biologia, química, psicologia, neurociência, e as suas ramificações, pois elas se tornam verdadeiras para nós, quando usamos métodos científicos para afirmar elas e aplicá-las a nossa vida e na vida da nossa comunidade.
Obviamente, nós cremos em Deus somente pela fé, é algo simples, que não pode ser determinado pelas leis que usamos para descrever a natureza. Elas não servem para isso.
Mas tendo uma cosmovisão cristã do universo e da criação, fica simples ver que estudar as leis da natureza é um dever do Cristão que deseja se engajar nesse tipo de pesquisa e empreendimento.
Ele(a) deve fazer isso com honestidade e ciência de que todas os sistemas biológicos ou celestiais que ele(a) estuda são uma expressão majestosa da sabedoria e inteligência divina, que diante de nós é tão grande que não se pode descrever tamanha distância em qualquer linguagem que exista na existência.
Apêndice:
Cristãos que foram ou quase viraram teólogos (ou só eram cristãos ) antes de se tornarem matemáticos os físicos famosos:
Isaac Newton, Johannes Kepler, Galileu Galileu, Nicolas Copernicus, Leonhard Euler (Maior matemático da história), Niels Abel, Augustin-Louis Cauchy, Bernhard Riemann, James Clerk Maxwell, Michael Faraday, Augustin-Louis Cauchy, Georg Cantor e outros que tentaram desvendar os segredos do universo com uma mente aberta ao Criador.
E ainda Spurgeon sobre a Ciência:
“Nos mostre um homem de nome digno, e então nós não iremos o seguir se ele se atreve a se opor a verdade revelada [nas escrituras]; mas nos mostre alguém que a próxima geração irá seguir; no presente, não há ninguém vivo digno de ser comparado a Newton e outras mentes brilhantes que veneravam as escrituras, do que esses homens que são apenas meros pretendentes.”
Referências:
- Ossendrijver M. Ancient Babylonian astronomers calculated Jupiter’s position from the area under a time-velocity graph. Science. 2016 Jan 29;351(6272):482–4. doi: 10.1126/science.aad8085. PMID: 26823423.
- David M. Burton, The history of mathematics : An Introduction, 1 e 2 capítulo, New York : McGraw-Hill, cop. 2011.
- Zara, T. (2008). A Brief Study of Some Aspects of Babylonian Mathematics.
- Wigner, The unreasonable effectiveness of mathematics in the natural sciences, Communications in Pure and Applied Mathematics, Vol. 13, No. I (February 1960). New York:John Wiley & Sons, Inc. Copyright © 1960 by John Wiley & Sons, Inc.
- J. Schwartz,The Pernicious Influence of Mathematics On Science,Editor(s): Ernest Nagel, Patrick Suppes, Alfred Tarski,Studies in Logic and the Foundations of Mathematics,Elsevier,Volume 44,1966,Pages 356–360,ISSN 0049–237X
- Charles H. Spurgeon (1834–1892) An All-round Ministry: Addresses to Ministers and Students(Edinburgh, UK: Banner of Truth Trust, 1978).